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Foto: Reprodução internet | |
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O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, do PT, falou sobre uma polêmica envolvendo uma declaração dele que viralizou. No vídeo, ele disse que eleitores de Jair Bolsonaro (do PL) deveriam ser colocados em uma "vala". Porém, ele afirmou que o trecho foi tirado de contexto e explicou melhor a situação durante uma visita às obras de reforma do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, na segunda-feira (5). A fala gerou muita repercussão nas redes e chamou bastante atenção.
"Quem me conhece sabe que sou uma pessoa religiosa, de família, e que nunca vou tratar qualquer opositor com um tratamento deste. [A fala] foi descontextualizada. Eu apresentei anteriormente a minha inconformação e indignação como o país estava sendo tratado", disse à imprensa.Posteriormente, procurada pelo g1, a assessoria de comunicação do governador emitiu uma nota. No texto, o político se retrata com os eleitores:
"Eu peço desculpas, se o termo 'vala' e termo 'trator' foi pejorativo. Não foi a minha intenção, e não tenho problema algum de reconhecer, com toda a humildade, quando há excessos na palavra, mesmo movida pela indignação".
A declaração que repercutiu foi feita na sexta-feira (2), em uma cidade chamada América Dourada, que fica a mais ou menos 420 km de Salvador, a capital da Bahia. Durante o discurso, ele lembrou como foi difícil o período da pandemia de Covid-19, quando milhares de pessoas perderam a vida. Ele também comentou sobre algo polêmico: duas vezes, o ex-presidente Jair Bolsonaro imitou, durante transmissões ao vivo na internet, pessoas que estavam com dificuldade para respirar por causa da doença.
Repercussão política
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Governador Jerônimo Rodrigues durante o segundo turno das eleições em Camaçari — Foto: Joá Souza/GovBA
O vídeo com o discurso de Jerônimo chegou ao próprio Bolsonaro, que repudiou a atitude do petista. Em mensagem compartilhada nas redes sociais, o ex-presidente destacou que as palavras do governador não deveriam ser aceitas.
"Um discurso carregado de ódio, que em qualquer cenário civilizado deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes", defendeu o ex-chefe do Executivo nacional.
Outro crítico foi o deputado estadual Diego Castro (PL). O político, que faz oposição ao governo do estado na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), disse que apresentou uma denúncia formal contra o petista no Supremo Tribunal Federal (STF). O parlamentar argumentou que a fala de Jerônimo "ultrapassa os limites do discurso político e representa uma ameaça à integridade física de opositores".
O também deputado estadual Leandro de Jesus (PL) criticou a fala de Jerônimo e protocolou um pedido de impeachment do governador na Alba. O edil também apresentou um pedido de Notícia de Fato do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e fez uma denúncia internacional na Corte Interamericana de Direitos Humanos.
“Tal manifestação do governador, revestida de nítido conteúdo simbólico e literal de incitação à violência, extrapola os limites da liberdade de expressão, configurando potencial estímulo à eliminação física de opositores políticos", opinou.
Em março, Leandro de Jesus enviou uma proposta para a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) pedindo uma "moção de aplausos". Essa homenagem foi direcionada aos policiais militares que participaram de uma operação em Fazenda Coutos, um bairro do subúrbio de Salvador. Essa operação resultou na morte de 12 pessoas que eram suspeitas de fazer parte de uma facção criminosa.
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Ex-presidente Jair Bolsonaro passou por nova cirurgia abdominal — Foto: REUTERS/Adriano Machado
O ex-prefeito de Salvador e adversário político de Jerônimo, ACM Neto (União Brasil), também se pronunciou. Em nota enviada à imprensa, o político avaliou a declaração do petista como uma "ofensa" aos cidadãos baianos que não votaram nele na eleição de 2018.
"A Bahia hoje tem um governador que defende tratar bandidos com amor e carinho, e ao mesmo tempo colocar adversários políticos numa vala. É isso mesmo. Essas são as palavras do governador do PT, Jerônimo Rodrigues. Aliás, é impressionante como essa turma prega uma coisa e faz outra completamente diferente. São, em tese, defensores da democracia, do respeito às instituições, das diferenças e liberdades", argumentou Neto.
Ele cobrou que o político se retrate com os eleitores e se dedique a resolver "os gravíssimos problemas" da Bahia, em especial a segurança pública.
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