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| Foto: Reprodução | |
Senadores protocolaram nesta terça-feira (23) um pedido de impeachment e uma queixa-crime contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em razão de suposta atuação em favor do banco Master. A iniciativa foi liderada por Damares Alves (Republicanos-DF), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES), após reportagem apontar que Moraes teria solicitado ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, apoio à instituição.
O banco Master, de propriedade de Daniel Vorcaro, está envolvido em investigação por crimes financeiros. Vorcaro e outros dirigentes chegaram a ser presos por suspeita de fraudes na tentativa de venda da instituição ao Banco de Brasília (BRB). Além disso, parlamentares destacam que o escritório de advocacia da esposa de Moraes, Viviane Barci, mantinha contrato milionário com o Master, estimado em R$ 129 milhões ao longo de três anos.
Na representação criminal enviada ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, os senadores acusam Moraes de advocacia administrativa, alegando que o ministro teria usado sua posição para defender interesses privados. Para eles, mesmo sem ordem formal, o simples ato de interceder já configuraria desvio funcional. No pedido de impeachment entregue ao presidente do Senado, David Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmam que a conduta atribuída a Moraes é incompatível com a dignidade do cargo e que a omissão do Senado representaria afronta ao regime republicano.
Os parlamentares também solicitaram que Moraes seja convocado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para prestar esclarecimentos. Segundo relatos, o ministro teria procurado Galípolo em pelo menos quatro ocasiões, três por telefone e uma presencialmente, pedindo apoio ao Master. Após ser informado sobre fraudes, Moraes teria recuado. As conversas, segundo fontes, ocorreram no contexto da aplicação da lei Magnitsky pelos EUA, que atingiu o magistrado e sua família em julho.
O caso envolve suspeita de fraude de R$ 12 bilhões, em que o Master teria criado carteiras de crédito artificiais e repassado ao BRB para evitar sua liquidação. A investigação, inicialmente conduzida pela Justiça Federal de Brasília, foi remetida ao STF por decisão do ministro Dias Toffoli, atendendo pedido da defesa de Vorcaro.


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