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Foto: Reprodução | |
Uma polêmica marcou este início de semana em Petrolina e foi parar na Câmara de Vereadores, na sessão desta terça-feira (30). No olho do furacão está o ex-prefeito Miguel Coelho (UB), que não gostou das críticas feitas pelo ambientalista Victor Flores, o qual viu uma desigualdade nos investimentos na Orla III da cidade, feitos pela atual gestão, comparados às comunidades periféricas que ainda padecem com a falta de infraestrutura. No discurso de inauguração da primeira etapa da Orla III, em tom de aborrecimento, Miguel relacionou Victor a um ‘boca preta’ – como eram tachados os grupos políticos de oposição no Interior. Mas a declaração, no atual contexto, ganhou outro sentido, já que o ambientalista é autodeclarado negro.
Indignado, o líder da bancada de oposição, vereador Professor Gilmar Santos (PT) – que também representa a comunidade preta de Petrolina – disse que a declaração de Miguel, além de ser infeliz, é racista.
“Nós estamos numa luta para que esse parlamento se eduque e assuma compromissos com os direitos humanos e a dignidade humana, e evite reproduzir expressões racistas ou de preconceito às mulheres, à comunidade LGBT. Quando se fala ‘boca preta’, está se utilizando uma expressão que, dentro da sociologia de combate ao racismo, reafirma uma posição: de um lado tem um ‘boca branca’, que é a mais justa para organizar a cidade, e do outro lado quem critica é o boca preta. Então, toda referência a preto é ruim, quando na verdade é uma manipulação que se faz”, declarou Gilmar.
Em defesa do ex-prefeito, de quem é aliado, o governista Ronaldo Cancão (Republicanos) afirmou que o ambientalista fez uma crítica “apequenada”, diante da importância viária da obra da Orla III para melhorar a mobilidade urbana da cidade. “A intervenção da Orla III melhora o fluxo de veículos. Hoje Petrolina tem 207 mil veículos. É pensar pequeno, a varejo”, alfinetou Cancão. O governista disse ainda que Victor não pensava dessa forma quando fazia parte da equipe de Miguel, mas depois que foi exonerado passou a ter outra opinião. O vereador ainda tentou minimizar a expressão ‘boca preta’, justificando ser um termo simbólico usado para quem é oposição, há décadas, em várias cidades, e não apenas em Petrolina.
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