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"Pode faltar ovo no mercado brasileiro", diz produtor sobre possível efeito da alta no preço dos insumos

A solução encontrada por produtores é reduzir a produção, o que pode provocar falta do alimento no país.

Consumidos como uma alternativa mais barata às demais proteínas animais (como carne bovina, suína e de aves), os ovos podem ficar mais caros para a população. A alta dos grãos usados na alimentação dos frangos e outros itens, como as embalagens, estão reduzindo as margens de lucros dos produtores, que pressionam por aumento do produto, a fim evitar que suas operações fiquem no vermelho.
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Um relatório divulgado pela Associação Gaúcha da Avicultura (Asgav) no final de setembro aponta que, em 12 meses, os preços dos principais itens da alimentação das aves, milho e farelo de soja, tiveram elevações no mercado interno de 65,5% e 68,9%, respectivamente. Já os ovos, no mesmo período, sofreram reajuste de apenas 24,1% - quase o mesmo do frango (24,2%). Em comparação, houve aumento de 61,5% na carne bovina e 82,1% na suína.
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O presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos, lembra que, tradicionalmente, os ovos não têm muito espaço para reajuste, uma vez que precisam se manter competitivos na concorrência com as carnes. “Eles são o substituto para quem não consegue comprar outra proteína animal. Então não podemos repassar demais valores de alta por que senão uma grande parte da população não tem outra alternativa de consumo”, afirma.
“Está difícil manter uma atividade em que a ração é 70% do custo sem fazer algum tipo de equilíbrio”, destaca Santos. Atualmente, segundo o dirigente, os produtores recebem em média R$ 4,00 pela dúzia. Segundo o presidente da Asgav, o preço ideal para manter a lucratividade da operação seria em torno de R$ 6,00. “Os produtores vêm reajustando a produção para não ter prejuízos. No entanto, temos vários casos que já estão operando no vermelho”, destaca.

Essa é a preocupação de Carlos Germano Rieth, proprietário da Granja Cageri, de Lajeado, que produz cerca de 400 mil unidades por dia. “O preço do ovo está muito baixo para o produtor pelos custos que temos. Hoje, estamos trabalhando em prejuízo”, lamenta o empresário
Além dos insumos para alimentação das aves, Rieth lembra outros itens também tiveram elevação, como as embalagens para os ovos. “Elas estão cerca de 20% mais caras do que em 2019. E são produtos descartáveis, que temos que adquirir em grande quantidade”, afirma. “Se incluir outros itens, como vitaminas, que também aumentaram, e transporte, não tem como o produtor ganhar com esses preços que recebe”, comenta o empresário.

Segundo Rieth, para manter a produção viável, o preço precisará aumentar. “O nosso custo não vai baixar, os insumos devem seguir altos em 2021, e assim nosso capital de giro vai acabando. Sem reajuste, vamos ter desistência de produtores na atividade”, alerta.
João Carlos Müller, diretor da Naturovos, maior produtora de ovos do Rio Grande do Sul, também acredita que haverá repasse de reajustes aos consumidores. Segundo o dirigente da empresa, que produz 55 milhões de ovos por mês e é a maior exportadora de ovos industrializados no Brasil, a alta das commodities e a valorização do dólar frente ao real estão pressionando fortemente os custos. “Como o dólar subiu muito, nossos gastos também cresceram. E os custos não vão voltar tão cedo ao patamar que estavam antes da pandemia”, destaca.
Segundo Müller, essa alta dos custos de produção terá que ser repassada ao consumidor. “Assim como a maioria dos outros alimentos, que também passam por essa pressão, enquanto as matérias-primas seguirem em alta vamos que subir preços”, lamenta.

O presidente da Asgav afirma que a entidade está conversando com autoridades governamentais para buscar um programa que garanta o abastecimento de milho para as empresas de aves e ovos. “Se não houver algum tipo de subsídio para as agroindústrias, várias vão fechar e quem restar vai ter que aumentar o preço, afetando a população.”

Panorama do setor de ovos no RS
Produção anual: 3,5 bilhões de unidades
Consumo médio: 257 unidades por ano, acima das médias brasileira (230) e mundial (235)
Produtores comerciais: cerca de 250. Os 30 associados da Asgav são responsáveis por 90% da produção gaúcha.

De acordo com Cleber Luiz Silva, que é produtor na região de Santo Antônio do Monte, no Centro-Oeste de Minas, a soja e o milho estão voltados neste momento somente para as exportações devido à demanda global e o alto preço do dólar, o que prejudica vários segmentos. 

“Foi sancionada agora a isenção de imposto para importação de milho e soja só que importar de quem? Em qual preço? Esse insumos são vendidos no dólar. Quem produz milho e soja é o Brasil. O mercado interno está muito preocupado. E a gente não está vendo margem para repassar esse custo do milho e da soja para o consumidor final.”

Segundo o produtor, a solução encontrada vai ser reduzir a produção, o que pode provocar desabastecimento no mercado brasileiro. “Ninguém consegue trabalhar com prejuízo e isso vem de muito tempo. A gente não está vendo do governo federal uma política para tentar ajudar, então com certeza, continuando como está, vai faltar ovo no mercado brasileiro. Ninguém consegue trabalhar só com prejuízos.”
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Fontes: Asgav, Por Dentro de Tudo
via: Portal Spy Licença Creative Commons
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